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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




segunda-feira, 29 de julho de 2013

O Auto-omnibus

O trem foi durante muito tempo o principal veículo de transporte urbano entre São João del-Rei e Matosinhos, o que já foi demonstrado em algumas postagens deste blog. Chagas Dória ainda está lá para comprovar, fantasmagórica estação morta. 

Havia é certo a "Estrada da Tabatinga", o caminho antigo e natural, que vindo do Matola, atravessava o Córrego da Tabatinga (palavra de origem indígena, usada para denominar uma argila clara, "barro branco"), que desce da Caieira (hoje Bairro São Judas Tadeu), seguia para Matosinhos entre o Córrego do Lenheiro à esquerda, e a via férrea à direita. Esta estrada, outrora desprovida de casas ao redor, era o "caminho da roça", a estradinha do arraial de Matosinhos, com pouco trânsito, senão o de carroças, charretes, carros de boi, tropas, cavaleiros e alguém à pé. Com entrada pela Rua Bernardo Guimarães, passava diante da igrejinha demolida em 1970 e fletindo à esquerda, rumava para a Ponte do Porto. 

É o caminho velhíssimo trilhado pelos bandeirantes alucinados pelas riquezas minerais. Hoje asfaltado e cheio de casas no entorno é nada mais que uma rua comum, perdida entre tantas da urbe, como sua história calcada sobre calçados e pneus. 

A noventa anos uma novidade surgia em São João del-Rei: a linha de ônibus, ou melhor "auto-omnibus", como se dizia na época. O primeiro era como um circular, que no começo de 1923 fazia um giro pelo Centro Histórico,  Tijuco, Fábricas e Matosinhos (onde a passagem era de 200 réis). A Tribuna foi um jornal da cidade que registrou para a posteridade este pedaço da história que ao olhar atual se colore de pitoresco aspecto.  


No mesmo ano, pouco depois um segundo veículo da mesma empresa começou a reforçar a linha urbana, comprovando assim que houve demanda de passageiros. Ele sofreu um acidente que danificou a carroceria e quando da sua reforma foi noticiado pelo mesmo jornal que serviria à linha de Matosinhos


Segundo notícias orais os primeiros veículos eram "jardineiras", pitorescos calhambeques com carroceria coberta, mas vazada nas laterais, contendo bancos de madeira onde iam os passageiros. Mais tarde foram substituídos por outros totalmente fechados, que aqui foram apelidados de "grisú". 


Notas e Créditos

* Texto e fotomontagem: Ulisses Passarelli

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