Bem vindo!

Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Na hora da Ave Maria

As senhoras católicas desse interior imenso guardam ainda consigo o velho costume da prece às "seis da tarde" (18 horas). É um compromisso sagrado. É o horário limite entre o dia e a noite. Hora da Ave-Maria, quando se deve fechar a casa para impedir a entrada do “Ar da Noite”, que traz as forças malignas para dentro de casa. É horário consagrado a Nossa Senhora e às almas. 

Nossa população costuma rezar neste momento a Ave-Maria e o “Angelus Domini” ou o “Regina Coeli”. É costume ligar o aparelho de rádio neste momento para ouvir o canto da Ave Maria de Gounod. Na beirada da cozinha à lenha, sentado na varanda, ou na borda da cama, escutar o velho rádio de pilhas nessa hora é algo inquebrantável. Nem que seja o nome do pai se deve fazer. É hora aberta. O corpo está vulnerável, a residência também. A prece ajuda a fechar e busca as proteções divinas. 

É inegável a força e a expressão devocional à Virgem Maria na região das Vertentes. Nos primórdios da colonização, quando se intencionou construir a primeira igreja no núcleo que daria mais tarde origem a São João del-Rei, a escolha recaiu sobre Nossa Senhora do Pilar. Isto foi em 1703, no Porto Real da Passagem, hoje sito no perímetro do grande bairro de Matosinhos. 


Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli

domingo, 29 de janeiro de 2017

Encontro de Folias da Capelinha

Janeiro se faz por derradeiro e com ele encerra-se o período de ação das folias. Em verdade, a jornada de visita às casas concluiu-se no dia de São Sebastião (20 de janeiro). Contudo, os dois finais de semana seguintes do mês propiciam a participação das companhias em encontros de folias e festas religiosas ainda dedicadas ao mesmo santo, nos subúrbios e vilas. 

Temos dito e vivenciado que a manutenção das folias passa por grandes dificuldades que as põe em risco. Não é sem motivos que numericamente tem diminuído muito e ainda, que muitos grupos em si minguaram o número de componentes. Em essência ou no geral pouco atrai a atenção participativa dos jovens. Pelo menos na região das Vertentes... Aqui a faixa etária de participação é bem mais elevada, de meia-idade para terceira idade. Isto põe uma sombra no mecanismo de transmissão do saber. Em outras áreas do estado a realidade é diferente e existem locais que o jovem e a criança aderem sem maiores dificuldades e sobretudo se aproximam da função de marungo (*), que acaba lhes sendo especialmente atrativa. 

Lamúrias à parte, ainda podemos regozijar com o retorno às ruas desde dezembro último de duas folias que estavam paralisadas a alguns anos: a de César de Pina e a da Caieira ("Embaixada Santa"), de São João del-Rei, ambas graças a esforços de antigos participantes. 

Folia "Embaixada Santa", em jornada de visita a casas com a bandeira de São Sebastião. 

Hoje acontece em Mercês de Água Limpa (São Tiago/MG), a antiga e popular "Capelinha", um dos mais significativos encontros regionais de folias. Desde cedo os grupos chegam com bandeiras de Reis e de São Sebastião e eventualmente do Divino Espírito Santo, de vasta área do Campo das Vertentes e do Oeste de Minas. Já em sua décima oitava edição, firmou-se como um evento sólido, graças sobretudo aos esforços de coordenação do senhor Jorge Geraldo Canaan, popularmente conhecido por "Jorginho" _ justiça lhe seja feita _ pessoa afeita à cultura e que trata as folias com imensurável respeito e carinho, motivo natural que tornou o Encontro de Capelinha tão concorrido. Obviamente que isto só foi possível graças ao apoio forte da comunidade local, a parceria com o poder público e aos patrocinadores. Em conjunto construíram um encontro atrativo e firme, de uma formatação que deixa as folias muito à vontade. 

O curto vídeo abaixo lincado é uma montagem com fotografias do Encontro da Capelinha do ano passado. Em efêmeros fragmentos revela um pouco do encanto proporcionado pelas folias e a força do evento em foco. O áudio colhido na ocasião procede da folia de Desterro de Entre Rios. 


Notas e Créditos

* Marungo: personagem mascarado das folias, de caráter cômico. Também conhecido por palhaço, bastião, matias, alferes, guarda, másca e outros nomes, conforme a região.
**Texto e vídeo: Ulisses Passarelli
*** Fotografia: Maria Aparecida de Salles, 12/01/2017

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Festa de São Sebastião em São Gonçalo do Amarante

Nesta postagem o Blog TRADIÇÕES POPULARES DAS VERTENTES apresenta mais um vídeo, que testemunha a tradição regional das folias, desta vez no distrito de São Gonçalo do Amarante (ex Caburu), em São João del-Rei, onde é muito tradicional o festejo em honra a São Sebastião, coroado com a procissão, foco deste vídeo. 

Folia de São Sebastião do distrito de São Gonçalo do Amarante
(São João del-Rei/MG, Brasil), durante a procissão dedicada a este santo
na sua própria comunidade, a 25 de janeiro de 2015. 


Já em outra oportunidade este blog dedicou uma postagem ao referido festejo, cuja consulta aconselhamos para acesso a maiores detalhes a respeito. O link encontra-se ao final desta. 

O primeiro vídeo mostra o encontro da folia da sede distrital com a folia visitante da Colônia José Teodoro, no mesmo município, conhecida por "Folia do Carlão", mas cujo nome real é "Mensageiros do Paráclito", sob a bandeira do Espírito Santo, o comando do folião Carlos Leandro de Oliveira e a voz do Embaixador Antônio Francisco dos Santos.

No segundo vídeo aparece a procissão, em imagens que privilegiam a participação da companhia folieira do Mestre Lourival Amâncio de Paula, popularmente chamada "Folia do Vavá" (alcunha carinhosa do folião e embaixador) e "Folia do Caburu" (referência ao nome anterior do lugar). Assim como acontece com outras tantas folias regionais, esta também se desdobra na atuação em folia de Reis, folia de São Sebastião e folia do Divino, conforme a época do ano, praticamente com os mesmos participantes. No caso em questão segue a folia de São Sebastião, cantando durante o itinerário da procissão em 2015.




Notas e Créditos

* Vídeos: Iago C.S. Passarelli, 25/01/2015
** Texto, edição e acervo: Ulisses Passarelli
*** Leia também: CABURU FESTEJA SÃO SEBASTIÃO

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Encontro de folias na Restinga

Estamos em plena temporada das folias. Pela região das Vertentes os diversos grupos ativos estão em jornada de visita às casas, capelas, grutas e cruzeiros. O prazo expira no dia do "Santo Mártir Guerreiro", titulação ofertada livremente pelo povo ao queridíssimo São Sebastião, festejado oficialmente a 20 de janeiro. Contudo, em razão de haverem muitas festas dedicadas a ele em várias comunidades, devido à coincidência das datas e pela própria necessidade logística, em algumas capelas a festa recai sobre o primeiro ou segundo domingo subsequente. 

É o caso abaixo retratado, da Restinga de Baixo, distrito de Ritápolis/MG, cujo festejo é muito tradicional, já documentado por este blog em postagem publicada. Na Restinga a festa conserva muitos elementos típicos, tradicionais, entre os quais um encontro de folias. A companhia local é a anfitriã e encontra no respeitado Mestre Folião Sebastião Ezequiel um baluarte da sua manutenção. Nas imagens abaixo e no vídeo anexo, todos da mesma data, observa-se também a participação da folia da cidade São Tiago, e ainda, a da Colônia José Teodoro (São João del-Rei). 

O encontro é de paz, à sombra das grandes árvores do largo. Cada companhia saúda a bandeira e os foliões da outra e juntos louvam a Deus em seus versos e entoam a veneração ao santo festejado na ocasião. É uma celebração da harmonia, da união e da fé. 




Assista a seguir ao vídeo deste encontro realizado em 24/01/2016:



Notas e Créditos

* Texto, fotografias, edição, vídeo e acervo: Ulisses Passarelli
** Para maiores detalhes leia neste blog: A FESTA DE SÃO SEBASTIÃO NA RESTINGA 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Vinte e cinco rezas fortes benzeções

(Texto revisado, atualizado e ampliado. A postagem original pode ser acessada clicando no seguinte link: VINTE E CINCO REZAS FORTES E BENZEÇÕES)

*  *  *

Este texto é dedicado à exposição de algumas preces e benzeduras populares consideradas fortes, coletadas na Microrregião Campos das Vertentes, no centro-sul de Minas Gerais. Friso a palavra “populares” no sentido de extra-oficiais, ou seja, em geral sem autorização eclesiástica ou ainda, fora da liturgia católica. Restringem-se ao uso caseiro, individual, ou no máximo comunitário, surgindo quando das rezas coletivas junto aos cruzeiros, nichos, grutas, salões, ermidas, etc., na ausência do sacerdote.

Por “reza forte” se entende aquela capaz de pela força das palavras livrar o devoto de um mal terrível, iminente, vencer inimigos, alcançar prodígios. Não é uma prece comum. A sonoridade da pronúncia, muitas vezes rimada confere-lhe como que um poder mágico. Por isto as palavras não devem ser substituídas, pois nelas reside a força vital, anímica e energética, que gera no plano espiritual a concretização da graça esperada.

Por toda a parte do país correm orações desse tipo, evocando santos muitas vezes não reconhecidos pela Igreja, mas que para o fiel são tão santificados quanto aqueles agraciados pelo processo de canonização do Vaticano. Outras se dirigem a santos oficialmente instituídos pelo catolicismo, mas orando de forma que destoa dos padrões que constam nos breviários.

Algumas dessas rezas mostram-se eivadas de superstições e espiritualismo e por isso mesmo são renegadas pelos carolas. Mas tem grande interesse para a folclorística. Podem surgir apenas decoradas na memória de um devoto, ou escritas à mão num caderno de preces, ciumentamente preservado. Outras se difundem pelos jornais no setor de classificados ou ainda, em pequenos panfletos volantes (“santinhos”), distribuídos aos milheiros, deixados pelos fiéis sobre os bancos de igrejas, velórios, capelas de cemitérios e balcões comerciais ficando assim dispostos ao público em geral. Excluí desta coletânea as orações tipo “corrente”, motivo para outro texto.

Como se trata de uma mera coletânea não houve preocupação analítica. Limitei-me a tecer breves comentários.

* * *

1) Oração Positiva

"Sou perfeita, alegre e forte, tenho amor e muita sorte!
Sou feliz e inteligente, vivo positivamente.
Tenho paz, sou um sucesso, tenho tudo que eu peço.
Acredito firmemente no poder da minha mente,
porque tenho Deus no subconsciente."

Obs.: oração considerada consagrada a São Cosme e São Damião, embora não sejam citados entre suas palavras.

Inf.: Édila Santos Passarelli, mãe do autor. Encontrei um exemplar manuscrito por meu avô materno, Aluísio dos Santos e outro publicado nos classificados de um jornal.

2) Prece de Nhá Chica

Nhá Chica é cognome de Francisca Paula de Jesus, documentalmente nascida em São João del-Rei. Atribui-se que sua natividade tenha sido na Fazenda Porteira dos Vilelas, no distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, comunidade do Atalho, em 1810. Esta fazenda situava-se na margem da Estrada Real (Caminho Velho ou Caminho Geral do Sertão), entre o citado distrito e a cidade. O local é atualmente marcado por uma ermida. Seu documento de batismo diz que ela foi batizada na Igreja (velha) de Santo Antônio, a muito inexistente, substituída pela nova no centro da vila. Mudou-se jovem para Baependi, no sul mineiro, onde viveu, ganhou fama por suas virtudes e conselhos e onde construiu uma igreja em honra à Virgem da Conceição. Naquela cidade faleceu a 14/06/1895.

Dia 14/01/2011 o Papa Bento XVI reconheceu Nhá Chica como virtuosa, primeira vitória de seus fiéis no processo de canonização [1]. Recebeu assim o título de Venerável. Em 04/05/2013 ocorreu a cerimônia oficial de sua beatificação [2].

Recentemente foi localizado o livro de registro de batismos que comprova sua naturalidade são-joanense, passo inicial para se fazer o registro civil tardio da ilustre católica [3].

Prece coletada sobre o lavabo da sacristia da Igreja de São Gonçalo Garcia, São João del-Rei, em janeiro de 2008, deixada por devotos para divulgação. Papel impresso do tipo “santinho”,  em formato 19 x 8 cm, tendo numa face a estampa da Beata e no verso a seguinte prece:

"Oração a Santa Nhá Chica – comemora-se todo dia 14 de junho. Entrega teu problema nas mãos da Serva de Deus Nhá Chica, a Santa Mineira que concede favores impossíveis. Oração (Credo Franciscano Leigo).

Creio em Deus Pai Todo Poderoso e em Jesus Cristo, seu único filho, Nosso Senhor. Creio na Santa Igreja Católica e em Maria Imaculada, Nossa Senhora, que levantou entre nós Francisca de Paula Isabel que de menina órfã tornou-se serva de Deus. Não lia mas conhecia a verdade. Andava com a imagem da virgem e sempre com o terço na mão. Seus olhos olhavam Maria, sua boca falava com a Mãe e fez uma igreja para Ela. Curou doentes do corpo, alimentou os famintos e cuidou de crianças sem lar. Creio na intercessão de Nhá Chica que orou e o trem parou, achava objetos perdidos, via no escuro o futuro, ficava suspensa do chão, soltou perfume ao morrer e morta operou milagres: um deles do grão de arroz. Maria pedia-lhe coisas: igreja, órgão e missas, chamando: “Nhá, Nhá, minha filha!” E levantada, Francisca tornou-se modelo de fé, de caridade e devoção à igreja e era apegada a Maria. O povo pedia-lhe graças e Deus lá do Trono atendia com chuvas de bênçãos do céu. E fez-se assim poderosa a intercessão de Nhá Chica. Portanto eu creio com fé nos santos favores celestes da piedosa e bem aventurada Francisca para curar, benzer e alcançar todo tipo de graça, principalmente a que estou precisando neste momento! Amém."

Rezar 1 Pai Nosso, 1 Ave Maria, 1 Salve Rainha e fazer o sinal da Cruz. Mandei publicar um milheiro desta oração em reconhecimento pela graça que recebi e para divulgar a obra de Nhá Chica. Faça você o mesmo após pedir uma graça. (Esta instrução originalmente acompanha a oração na mesma folha).

3) Oração de Santa Sara de Kali

"Sarah, Sarah, Sarah, fostes escrava de José de Arimatéia, no mar fostes abandonada (pedir para que nada te abandone: amor, dinheiro, felicidade, saúde). Teus milagres no mar se sucederam e como sua protetora e como santa te tornaste, à beira do mar chegaste e os ciganos te acolheram. Sarah, Rainha, Mãe dos Ciganos, ajudastes e a ti eles consagraram como sua protetora e mãe vinda das águas. Sarah, Mãe dos aflitos, a ti imploro proteção para o meu corpo, luz para os meus olhos enxergarem até no escuro (pedir força para seus olhos, vidência), luz para o meu espírito e amor para todos os meus irmãos: brancos, negros, mulatos, enfim a todos que me cercam. Aos pés de Maria Santíssima, tu, Sarah, me colocarás e a todos que me cercam para que possamos vencer as agruras que a terra nos oferece. Sarah, Sarah, não sentirei dores nem tremores, espíritos perdidos não me encontrarão e assim como conseguistes o milagre do mar, a todos que me desejarem mal, tu com as águas me fará vencer (quando a pessoas não está bem e querendo resolver algo muito importante, deve beber três goles de água). Sarah, Sarah, Sarah, continuarei caminhando sem parar, assim como as caravanas passam, no meu interior tudo passará e a união ficará; e sentirei o perfume das caravanas que passam deixando o rastro de alegria e felicidade. Teus ensinamentos deixarás. Amai-nos Sarah, para que eu possa ajudar a todos que procuram, ajudados pelos poderes de nossos irmãos ciganos. Serei alegre e compreensivo com todos os que me cercam. Corre no céu, corre na terra, corre no mundo e Sarah, Sarah, Sarah estará sempre na minha frente. Assim como os ciganos pedem, Sarah fique sempre na minha frente, sempre atrás, do lado esquerdo, do lado direito. E assim dizemos: somos protegidos pelos ciganos e pela Sarah que me ensinará a caminhar e a perdoar. Amém.

Preparar um altar com a imagem de Santa Sarah Kali e acender uma vela azul. Colocar flores, frutas (uvas, maçãs, peras) e um pouco de arroz cru em um copo. Rezar 3 ave-marias – a primeira para Sarah, a segunda para os ciganos e a terceira para você”. (Esta instrução originalmente acompanha a oração na mesma folha).

Obs.: prece umbandista, para evocar a linha cigana de trabalho, irradiando com o povo do Oriente ou independente dos orientais. Surge também a grafia Santa Sara Kalli ou de Kalli. Alcunhada carinhosamente por "Santa Morena", esta santa é considerada padroeira dos ciganos. 

Inf.: Damião Guimarães, 2001.

4) Oração ao Anjo da Custódia

"_ Amigo Custódio!
_ Custódio, sim; amigo, não!
Das treze palavras ditas, me diga a uma ...
_ Uma é o poder de Deus, que é maior!
As duas são as duas tábuas de Moisés!
As três são as três palavras ditas pelo Cordeiro do Monte Sinai!
As quatro são os quatro anjos que suspenderam a pedra da sepultura de Jesus Cristo!
As cinco são as cinco chagas de Nosso Senhor, Jesus Cristo!
As seis são as seis velas que alumiou Jesus Cristo!
As sete são os sete dons do Divino Espírito Santo!
As oito são as oito moças donzelas!
As nove são os nove coros de anjos!
As dez são os dez filhos abençoados que são herdeiros do Monte Sinai!
As onze são Moisés sobre as montanhas esperando com os braços abertos!
As doze são os doze apóstolos de Jesus Cristo!
As treze são os raios do sol e da lua e da estrela, que arrebente na testa dos meus inimigos e que os poderes de Jesus Cristo e Nossa Senhora Aparecida seja maior e me defenda dos inimigos.
Amigo Custódio!
_ Custódio, sim; amigo, não!
Das treze palavras ditas e retraídas, me diga a treze ..." (repete tudo de trás para frente, em ordem decrescente)

Inf.: Elvira Andrade de Salles, jul./1997. Santa Cruz de Minas.

Obs.: considerada oração muito forte. Não deve ser ensinada a não ser aos filhos. Não pode ser rezada de forma cotidiana. É reservada a situações emergenciais, de muita angústia, diante de encostos, possessões, assombrações, perigos iminentes.

5) Oração contra a pisadeira

"Pisadeira da mão furada, do pé escarrapachado: vá pular o mar trezentas mil vezes de costas enquanto o dia não amanhece... Vai!" (3x)

Inf.: Elvira Andrade de Salles, jul./1997. Santa Cruz de Minas.

Obs.: Rossini Tavares de Lima [4] registrou esta versão de Taubaté / SP: “São Bento lá mesmo me disse / que não tivesse medo de nada, / nem da pisadêra da unha torta e revirada. / Cada canto desta casa / meu anjo da guarda me valha.” A pisadeira é um mito que personifica o pesadelo. Descrita como um espírito mau, de uma mulher gorda, dos pés imensos, que assombra o sono pisando com seu pé largo sobre a barriga de quem dorme sem rezar ou comete o pecado da gula antes de dormir. Causa o pesadelo e a angustiosa sensação de sufocação. Sua curiosa fórmula expurgatória alude às suas deformidades: mão furada (em alguns lugares creditada ao saci-pererê), pé escarrapachado (de prancha, largo), unha revirada (voltada para cima), medonhos atributos herdados de Portugal onde se acreditava pertencesse a alma de um religioso encapetado, mito conhecido como “Fradinho da Mão Furada” [5]. Alceu Maynard Araújo registrou em fotografia uma escultura em barro representando a pisadeira, de autoria do artesão Lourenço Ceciliato, de Tatuí/SP [6].

6) Oração contra ameaça de morte

"Atire inimigo, atire,
Mas não atire em mim;
atire nos três pingos de Nossa Senhora!
Jesus nascido, Jesus nascido é.
Abrandai o fogo de toda arma que vier contra mim,
Meu Bom Jesus de Nazaré.
A cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo
Anda adiante de mim!
Quem nela morreu responda por mim,
Os meus inimigos não toquem em mim!"

Inf.: Édila Santos Passarelli, nov./2007

Obs.: prece ensinada por um benzedor de São João del-Rei.

7) Pai Nosso Pequenino

1ª versão:

"Padre Nosso Pequenino,
Deus me guie em bom caminho.
Nosso Senhor é meu padrinho,
Nossa Senhora é minha madrinha.
Nada ruim vai me atentar,
Nem de dia nem de noite,
Nem na hora d’eu andar.
Jesus, São Clemente,
a cobra quebra o dente!
Assim como Deus não dorme e não mente,
Este mal não vai pra frente."

2ª versão:

"Padre Nosso Pequenino,
Deus me guie em bom caminho.
Nosso Senhor é meu padrinho,
Nossa Senhora é minha madrinha.
Vou fazer uma cruz na testa,
Pro diabo num atentar;
Nem de dia nem de noite,
Nem no ponto da meia-noite...
Jesus Cristo, Rei do Mundo,
Que governa o mundo inteiro,
Me livrai dos inimigos
E também dos feiticeiros."

3ª versão:

"Padre Nosso Piquinino,
Deus me guie em bom caminho;
Rosa divina, cravo de amor,
Me dê juízo em minha memória
E entendimento pra mim receber
O Santíssimo Sacramento."

4ª versão:

"Padre Nosso Pequenino
Deus me crie um bom caminho.
Jesus Cristo no altar
Com seu sangue a pingar,
Com a Santa Madalena
Com seu lenço a limpar;
_ Sai daqui, ó Madalena,
Não me acabe de matar
Que isso são a cinco chagas
Que por ti hei de passar."

Inf.: 1ª versão - Édila Santos Passarelli, nov./2007, São João del-Rei; 2ª versão - Capitão de Congado José Camilo da Silva, 1992, Bairro São Dimas, São João del-Rei; 3ª e 4ª versões - Elvira Andrade de Salles, Santa Cruz de Minas, 1995.

Obs.: rezar três vezes. Fazer com o polegar um sinal de cruz na testa ao dizer “Nossa Senhora é minha madrinha” (referente à 1ª versão). A 4ª versão termina com essa jaculatória:

"Paz na alma, sossego no coração,
Não quero meu corpo morto
Nem meu sangue derramado;
Com as chagas de Jesus
Para sempre amém!"

Existem muitas versões desta oração. O saudoso professor José Santana coligiu num dos números do Anuário do Folclore de Olímpia (estado de São Paulo) um interessante estudo a respeito.

8) Oração de Santo Onofre

"Santo Onofre quando andava pelas montanhas encontrou com Jesus e a Ele fez três pedidos: ‘Oh, Jesus! Ao Senhor faço esses pedidos – dinheiro para meu bolso, pão para minha boca, roupa para meu corpo...’ Aquele que quiser alcançar faça esta oração por três dias, no final dos quais obterá a graça."

Inf.: Édila Santos Passarelli, São João del-Rei.

Obs.: as estampas e imagens representam-no tendo a tiracolo uma cabaça a guisa de cantil, que o povo supõe cheia de pinga. Daí ser considerado padroeiro dos alcoólatras. A firmeza de Santo Onofre inclui sua imagem em liga metálica, de pequeno tamanho, completamente submersa num copo cheio de cachaça, que tem no fundo algumas moedas para trazer fartura. Na linha espiritual é sincretizado com o orixá Ossãe (Ossaim, Osanha), com domínio nas plantas medicinais da mata, senhor das folhas sagradas e remédios vegetais.

9) Orações contra bichos venenosos

"Deus adiante, sinhô São Bento,
senhor São Quelemente,
Jesus Cristo no artá:
arreda todo bicho mal do caminho
pro filho de Deus passá!
Deus adiante,
Jesus Cristo na água benta.
Deus adiante, sinhô São Bento
Deus que nos livra de todo bicho peçonhento."

Inf.: Júlio Prudente de Oliveira, Santa Rita do Ibitipoca, 1997.

Obs.: existe nas Vertentes variantes desta oração que não citam São Clemente.

"Meu sinhô São Bento,
dentro d’água benta
com seu livro bento,
livrai das cobra
e dos bicho peçonhento!"

Inf.: idem.

"São Bento, água benta,
Jesus Cristo no altar;
tira as cobras do caminho,
para eu poder passar!"

Var.: (...) "bicho mau baixa a cabeça / pro Filho de Deus passar!"

Inf.: versão repetida pelas crianças do meu tempo de infância (década de 1970), no bairro Caieira, São João del-Rei, ensinadas pelas mães para que pudéssemos brincar no mato sem ser ofendido por cobra. Minha mãe ensinava-me pedir para o espírito de João Congo com o mesmo objetivo.

"Meu Senhor, meu São Bento,
meu Santíssimo Sacramento:
livrai-me das cobras
e dos bichos peçonhentos!"

Inf.: Rodrigo de Oliveira Lima, São João del-Rei, 2004.

"Virgem Maria,
Senhor São Bento:
livrai-me de cobra, aranha, escorpião, percevejo,
todo bicho malfazejo!"

Inf.: Édila Santos Passarelli, em minha infância.

10) Oração para o repouso:

"Deito-me com Deus,
com o Senhor Crucificado.
Livra meu corpo do perigo,
minha alma do pecado.
Meu Senhor Crucificado,
Filho da Virgem Maria,
guardai o meu corpo,
de noite e de dia.
Meu Senhor Crucificado,
seja minha companhia.
Se vier algum perigo, Senhor,
acordai-me.
Na hora da minha morte, chamai-me."

Inf.: Elvira Andrade de Salles, jul./1997, Santa Cruz de Minas

"Na porta da sala,
meu Jesus na cruz;
na porta da cozinha,
meu Coroado de Espinho;
na porta do quarto e nas janelas,
meu Jesus atado;
comigo e a família deitado,
meu Senhor Crucificado,
que esteja ao meu lado."

Inf.: idem.

"Graças a Deus me deitei e levantei e achei-me acompanhado por sete santos bentos de Deus: três nos pés, quatro na cabeceira, Jesus Cristo na dianteira, com duas chaves na mão. As portas do céu para mim abrirão e do inferno fecharão."

Inf.: ibidem.

11) Oração para proteção

"Paz na alma, sossego no coração
nem quero meu corpo morto,
nem meu sangue derramado
com as Chagas de Jesus,
para sempre, amém!"

Inf.: Elvira Andrade de Salles, jul./1997, Santa Cruz de Minas.

12) Oração de Santa Catarina de Alexandria

"Minha Santa Catarina, clara e digna, vós fostes aquela senhora que passou pela porta de Abraão, achastes quatrocentos homens tão bravos como leão e vós, com as vossas santas palavras, abrandastes seus corações. Assim, minha Santa Catarina, abrandai os corações de meus inimigos; se tiverem pés, que não me alcancem, se tiverem mãos que não me agarrem, se tiverem olhos que não me vejam, e se verem estarão acorrentados de pés e mãos como nosso sr. Jesus Cristo se viu na cruz, para todo sempre, amém, Jesus."

Obs.: rezar 3 pai-nosso, 3 ave-maria, 1 salve-rainha e oferecer pela Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Inf.: Silvério Januário das Neves, Santa Cruz de Minas, 2002.

13) Oração de Santa Catarina de Alexandria

"Minha Santa Catarina, minha Santa Colondrina, vós foste aquela senhora que passaste em casa de Adão e Eva Sexta-feira da Paixão, sete mil homens encontraste, bravo como leão e amansou todos eles. Assim eu vos peço, minha Santa Colondrina, amansai o coração de ... (fulano) e deixai brando e frio como as névoa do rio."

Var.: Colondina, Colodina.

Inf.: Elvira Andrade de Salles, Santa Cruz de Minas, por intermédio de sua filha, Maria Aparecida de Salles, 16/02/2011.

14) Oração do Peregrino

"Oração de Pelengrino,
Quando Deus era menino
Que andava pelo mundo
Com sete candeias acesas
E sete livros a ler;
Feiticeiro, mandingueiro,
Comigo não tem poder,
Nem de dia, nem de noite,
Nem hora nenhuma, amém!"

Inf.: Elvira Andrade de Salles, 2005, Santa Cruz de Minas / MG.

Obs.: oração muito forte para livrar de males espirituais.

Var.: por sua filha, Maria do Carmo de Salles, diz: “feiticeiro, mandingueiro, canjeirista”. Canjeirista: praticante de canjerê, antigo culto africano banto no sudeste brasileiro.

15) Oração do Bom Jesus do Carvalho

"Senhor Bom Jesus do Carvalho
Vós cruz é de oliveira,
Voz seja o mais lindo cravo
Que apanhei nesta roseira.

O vosso sagrado nome
Meu Jesus de Nazaré
Eu prometo morrer
Na vossa santa fé.

O vosso sagrado pescoço
Amarrado por uma corda,
Quando arrastado pela rua,
Senhor Deus, misericórdia!

Vossa sagrada cabeça,
Pregada com duros cravo,
Nosso Senhor,
Me livra do diabo.

Vossa sagrada mão,
Pregada com duros cravo,
Senhor me dê licença,
Me livra do pecado.

Vosso sagrado pé
E amarrado pela cintura,
Senhor me dê licença
De entrar em vossa ternura.

O vosso sagrado peito
Ultrapassado por uma lança
Por ele entra nossa alma
Nas bem aventurança.”

Inf.: Elvira Andrade de Salles, 30/04/1997, Santa Cruz de Minas / MG.

Obs.: Carvalho é possível alteração ou aproximação de calvário, “carváio”. Por outro lado, carvalho é conhecido nome de uma árvore, supostamente da qual se tirou madeira para fazer a cruz. 

16) Oração de São Jorge

"En’vém o Jorge com seu cavalo rus’pomba,
Passou na porta de Jesus e Jesus perguntou a ele:
_ O que queres, Jorge?
_ Quatro coisas: força, alma, espírito e valor.
_ Jorge, não tenho nada pra te dar,
Trague em vossa companhia São Miguel Arcanjo;
Se vier arma de fogo, sairá água pelo cano,
E a faca envergarão,
Assim como Nossa Senhora quebrou os gravetos
Vale Jorge de todos os perigos."

Obs.: russ’pomba: russo-pomba, referência à pelagem aloirada e o peito estofado, saliente.

Inf.: Mariana Santos Figueiredo, Santa Cruz de Minas

17) Oração Sentido

"Santa Pedra d’Ália
Que no mar foi achada,
Pelos anjos foi colhida
Assim como o padre não celebra missa sem essa Santa Pedra d’Ália,
Assim também (... fulano)  não há de ter poder de vingar ou fazer mal algum."

Inf.: Elvira Andrade de Salles, 1998, Santa Cruz de Minas / MG.

Obs.: d’Ália – corruptela de “de Ara”, “d’Ara”. Pedra de Ara: a da mesa do altar, onde se processa o santo sacrifício da missa, herança cristianizada das antigas pedras de sacrifício sangrento.

18) Oração de Nossa Senhora da Piedade

"Fica-te, Virgem, Virgem,
Oh Virgem da Piedade!
Que tivesse um Deus e homem
Pela vossa virgindade.
Assim eu peço, ó Virgem da Piedade,
Se tiver de acontecer uma má sina ou má sentença,
Em mim ou minha família,
Pela dor do Filho Sagrado será revogado."

Inf.: Elvira Andrade de Salles, 1998, Santa Cruz de Minas / MG.

19) Benzeção para dor de cabeça:

"Jesus Cristo andando pelo mundo 
encontrou São Clemente sentado numa pedra se lastimando. 
- O que sente, Clemente? 
- Dor de cabeça, Senhor! 
Assim como São Clemente não mente, 
essa dor de cabeça não há de ir em frente!"

Inf.: Aluísio dos Santos, São João del-Rei, 1997.

Obs.: variante informada por Luís Santana, na mesma cidade – “essa dor de cabeça não há de ir adiante”. O referido santo tinha por nome Clemente Maria Hoffbauer, foi missionário redentorista austríaco, nascido em Tasswitz a 26/12/1751 e falecido em Viena a 15/03/1820. 

20) Benzeção para limpeza uterina:

"Valei Santa Margarida! Que ela num tá prenha nem parida! Pra onde? Sai!..."

Inf.: Elvira Andrade de Salles, Santa Cruz de Minas, 2002.

Obs.: Santa Margarida é invocada pelas benzedeiras para ajudar no parto, especialmente para favorecer a saída dos restos da placenta (“madre”). Essa benzeção pode ser usada para vacas que ainda não “limparam” (expeliram a madre) ou mesmo para mulheres que sofreram aborto. Quando diz “sai” gesticula-se com as mãos como que expulsando e assim o organismo vai expelindo os restos placentários até ficar “limpo”. Para mulheres a simpatia consiste em rezar para a santa e a seguir engolir um caroço cru de feijão e soprar três vezes dentro de uma garrafa. Há cinco ou seis santas chamadas Margarida e não está claro qual delas é invocada para estas questões da "obstetrícia" popular. Contudo, Santa Margarida de Antioquia (festejada a 20 de julho) é considerada pela Igreja como santa auxiliar em questões do parto [7]. É possível, porém, que no imaginário popular, tenha se somado a influência da devoção a Santa Margarida de Cortona, que antes de ingressar na vida religiosa, foi dissoluta e plausivelmente conheceria as técnicas populares para tratar o corpo feminino, quando de um aborto, por exemplo. Na tradição popular fixou-se como protetora dos órfãos, mães solteiras e prostitutas [8]. Franciscana é festejada a 22 de fevereiro.

21) Benzeção para seio inflamado:

"Homem bom me deu pousada,
mulher má me fez a cama;
quarto escuro, esteira rôta,
entre os ciscos e a lama.
Senhora Santana benza esse peito
onde essa criança mama."

Inf.: Elvira Andrade de Salles, Santa Cruz de Minas, 2002.

22) Benzeção para dor de dente:

"Dente tente em ti, como Jesus Cristo teve em si!
Dente tente na veia, como Jesus Cristo teve na areia!
Dente tente no corpo, como Jesus Cristo teve no horto!
Assim dente, fica preso, atado, amarrado, 
com o suor de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo, amém."

Inf.: Manoel Messias do Carmo (“seu Baiano”), São João del-Rei, 19/04/1999.

Obs.: o informante era natural da Bahia. Em São João del-Rei residia à Rua Santo Antônio, onde era muito procurado pelas pessoas graças às suas orações. Foi membro da Irmandade de São Miguel e Almas nesta cidade.

23)Benzeção para destroncamento e mal-jeito

"Quê que eu coso? Junta desconjuntada, nervo rendido, carne ofendida, veia magoada, assim mesmo eu coso."

Inf.: idem.

Obs.: coser num pano novo, usando agulha virgem. Esta benzeção combate mialgia e contusão muscular.

24) Benzeção para destroncamento e mal-jeito

"O quê que eu coso?
Carne quebrada, osso rendido, nervo torto, veia magoada,
Em louvor de São Furtuoso,
Assim mesmo eu coso."

Obs.: reza um Pai Nosso e uma Ave Maria. Repete tudo três vezes ao todo. Enquanto benze vai cosendo, ou seja, costurando um pedaço de pano sobre o lugar afetado, como se na verdade estivesse fazendo no próprio tecido vivo da pessoa. Depois que acaba guarda o pano com a agulha. Ninguém pode pegar. Aquela agulha e aquele pano não podem ser usados para mais nada.

Inf.: Maria Aparecida de Salles, 30/07/1997, Santa Cruz de Minas. Aprendido com sua mãe, Elvira Andrade de Salles.

25) Prece para sair de casa:

"Deus na frente em paz na guia, encomendo a Deus e a virgem Maria e as vozes do céu, a luz do dia. Todos que comigo encontrar me tenha amor e alegria, como Deus tem à Virgem Maria."

Obs.: possui variante em São João del-Rei – “Deus na frente, Pai na guia! Vamos com Deus e a Virgem Maria” (Capitão de Congado Luís Santana, 1996).

Inf.: Maria Aparecida de Salles, 1997, Santa Cruz de Minas / MG

Notas e Créditos


*Texto e coletânea: Ulisses Passarelli
** Observação: as referências bibliográficas e de internet foram inseridas nas notas de rodapé.


[1] - Nhá Chica. In: Wikipedia. https://pt.wikipedia.org/wiki/Nh%C3%A1_Chica (acesso em 10/01/2017, 08:20h)
Ver também a matéria correspondente no jornal: Gazeta de São João del-Rei, n.647, 22/01/2011.
[3] - Gazeta de São João del-Rei, n.657, 02/04/2011.
[4] - LIMA, Rossini Tavares. Algumas orações populares. Rio de Janeiro: Comissão Nacional de Folclore. Documento n.205, 06/10/1950.
[5] - Ver: CASCUDO, Luís da Câmara. Geografia dos mitos brasileiros. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1983.
[6] - ARAÚJO, Alceu Maynard. Folclore nacional. São Paulo: Melhoramentos, 1964.  
[7] - Jorge: o Santo Guerreiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2016. 96p. pp.64-68.
[8] - Margarida de Cortona. In: Wikipedia.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Margarida_de_Cortona (acesso em 10/01/2017, 08:02h)